Mercado de bicicletas brasileiro avança, mas segue pressionado por assimetrias competitivas
- luandaeditores
- 28 de nov.
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O mercado brasileiro de bicicletas mantém trajetória de crescimento, impulsionado por maior busca por mobilidade acessível, uso recreativo e fortalecimento de marcas regionais fora do polo da Zona Franca de Manaus (ZFM). As análises setoriais mostram que, após anos de oscilação, a produção nacional voltou a acelerar e registra alta consistente na comparação com 2024, acompanhada por maior dinamismo nas vendas e no emprego industrial.
Os dados mostram que as bicicletas infantis e infanto-juvenis seguem representando uma parcela relevante da produção, enquanto o segmento de bicicletas tradicionais — como as MTB aro 29” — sustenta boa parte do crescimento. A modernização industrial, com a introdução de processos que utilizam Inteligência Artificial (IA), vem ampliando a produtividade e permitindo a expansão do emprego, mesmo em um ambiente volátil.
Em médio e longo prazo o setor apresenta perspectivas ainda mais favoráveis. As projeções indicam que o mercado brasileiro de bicicletas deve crescer 25% até 2030, impulsionado por demanda reprimida, novas tendências de mobilidade e aumento da penetração de produtos de maior valor agregado. Já a produção na Zona Franca de Manaus deve avançar 38,8% no mesmo período, reforçando a importância estratégica do polo industrial no abastecimento do mercado.
No entanto, as assimetrias competitivas entre empresas dentro e fora da ZFM permanecem como o principal desafio estrutural. Enquanto o polo de Manaus se beneficia de incentivos fiscais que amortecem efeitos do câmbio, dos custos financeiros e da instabilidade macroeconômica, os fabricantes de outras regiões operam sob maior exposição ao risco.
O impacto dessas diferenças fica ainda mais evidente no segmento de bicicletas elétricas. Com o IPI de 35% fora de Manaus, a produção competitiva desse tipo de bicicleta se torna inviável em outras regiões.
Apesar dos desafios, o diagnóstico geral é positivo: o setor segue em ascensão, marcas regionais se fortalecem e a bicicleta — tradicional ou elétrica — consolida-se como alternativa de mobilidade mais saudável, sustentável e economicamente viável para os brasileiros.




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