Conteúdo: Aliança Bike
Além do crescente uso da bicicleta para os deslocamentos urbanos, o setor de bicicletas da China está experimentando uma revolução tecnológica. Segundo Rodrigo Pinto, do Grupo JPP, que mantém relações comerciais com a China há mais de 25 anos, “hoje, os produtos chineses ficaram mais caros, mas competem em qualidade e preço, enquanto os indianos mantêm baixa tecnologia e qualidade. A China agora fabrica produtos iguais ou próximos aos de Taiwan".
William Andó, CEO da distribuidora paranaense Julio Andó, notou uma mudança rápida na qualidade das bicicletas chinesas. "De um ano para o outro, nossos fornecedores modernizaram suas fábricas e automatizaram processos. Vi bicicletas de grandes marcas sendo produzidas com mão de obra especializada". Essa evolução foi evidente na última China Cycle Show, em Xangai, onde 170 mil visitantes viram a atualização da indústria com 1.500 expositores.
O mercado interno também reflete essa transformação. Marcelo Ribeiro, da Dream Bike, que trabalha com projetos na China desde 2012, destacou a mudança de comportamento dos compradores. "A China sempre ofereceu produtos de A a Z, mas agora os consumidores, tanto internacionais quanto locais, estão exigindo mais qualidade". A crescente demanda por bicicletas de alta performance, como as da Giant, que recebeu 40 mil pedidos para um modelo de estrada logo após seu lançamento, é um indicativo dessa mudança cultural.
De acordo com a Associação de Bicicletas da China, o país produziu 48,83 milhões de bicicletas, além de 50,35 milhões de e-bikes em 2023 ( incluindo aqui a versão de e-bike com acelerador, amplamente utilizada localmente). No primeiro trimestre deste ano, os fabricantes de bicicletas chineses venderam 7,31 milhões de unidades, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. A relação comercial entre o Brasil e a China é absolutamente estratégica, em 2023, alcançou 58% de tudo o que importamos de componentes para a montagem de bicicletas - foram 126 milhões de dólares.
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