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Junho Violeta: mês de atenção à saúde ocular dos Pets

  • luandaeditores
  • há 3 dias
  • 5 min de leitura
Foto: Nataliya Vaitkevich/Pexels
Foto: Nataliya Vaitkevich/Pexels

Com o objetivo de conscientizar tutores e profissionais da área da medicina veterinária sobre a importância dos cuidados com a visão na qualidade de vida dos animais de estimação, o Junho Violeta marca o mês de prevenção das doenças oculares em cães e gatos. A campanha busca alertar sobre os principais sinais de alerta para a ocorrência das doenças oculares, além de incentivar a busca por atendimento especializado com orientações sobre a prevenção destes problemas e os avanços na medicina veterinária para garantir a saúde ocular dos pets.


O médico-veterinário, mestre em Cirurgia Veterinária, doutor em Medicina Veterinária e coordenador do Programa de Aprimoramento Profissional em Medicina Veterinária da Uniube, Renato Linhares Sampaio, compartilha informações sobre doenças oculares, métodos de diagnóstico e a importância do tratamento adequado.


O que é o Junho Violeta e qual sua importância na prevenção das doenças oculares em pets?

Renato Linhares: O Junho Violeta é uma campanha de conscientização dedicada à prevenção de doenças oculares em animais de companhia. A visão é essencial para a locomoção, identificação de riscos, interação social e com o ambiente, além de contribuir para o bem-estar dos pets. Algumas doenças oculares se desenvolvem de forma silenciosa e só são percebidas precocemente por profissionais especializados em oftalmologia. Por isso, o mês de junho é um momento oportuno para reforçar o cuidado com os olhos dos nossos amigos de quatro patas e estimular o atendimento preventivo com avaliação oftálmica.


Quais são as doenças oculares mais comuns que afetam cães e gatos?

Renato Linhares: Entre as mais frequentes  diagnosticadas em cães e gatos estão:

  • Ceratoconjuntivite seca (olho seco): inflamação da superfície ocular, associada à deficiência na produção ou composição da lágrima.

  • Úlceras de córnea: lesões na porção transparente do olho, com risco de perda visual e necessidade de intervenção imediata.

  • Glaucoma: aumento da pressão intraocular, podendo causar cegueira se não tratado.

  • Catarata: opacificação do cristalino, comum em animais idosos ou diabéticos.

  • Uveíte: inflamação ocular frequente em cães com doenças transmitidas por carrapatos e em gatos com viroses.


Existem raças mais propensas a desenvolver problemas oculares?

Renato Linhares: Sim. Raças braquicefálicas de cães, como Shih Tzu, Lhasa Apso, Maltês, Pequinês, Pug e Buldogues, são predispostas a alterações oculares devido à anatomia facial - olhos mais expostos, abertura palpebral ampla e dificuldade de fechamento completo das pálpebras. Isso favorece a secura ocular, úlceras de córnea e traumas. Dobradiças de pele e crescimento anômalo de pelos também contribuem para irritações.


Nos gatos, Persa, Exotic Shorthair e Himalaio compartilham essa predisposição. A anatomia encurtada pode comprometer a drenagem lacrimal, gerando lacrimejamento excessivo e conjuntivites recorrentes. A avaliação oftálmica especializada pode indicar tratamentos como lubrificantes, remoção de cílios anômalos ou higiene específica, sendo essencial para garantir qualidade de vida.


Como é feito o diagnóstico das doenças oculares e quais sintomas os tutores devem observar?

Renato Linhares: O diagnóstico evoluiu com equipamentos modernos como:

  • Biomicroscopia com lâmpada de fenda (avaliação de córnea, íris e cristalino);

  • Tonometria (medição da pressão ocular);

  • Teste de Schirmer (produção lacrimal);

  • Oftalmoscopia (exame da retina).

Exames complementares incluem citologia, cultura microbiológica, exames de sangue e imagem. Muitas doenças oculares estão ligadas a distúrbios sistêmicos, exigindo avaliação conjunta com especialistas.


Os tutores devem observar: olho vermelho, secreção, opacificação da córnea, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, coceira com patas, piscadas frequentes ou desorientação. O exame oftalmológico é essencial para diagnóstico precoce e preservação da visão.


Quais são as principais medidas preventivas?

Renato Linhares: A principal medida é a atenção diária do tutor a qualquer alteração ocular. Vermelhidão, secreção, olhos semicerrados ou lacrimejamento devem ser sinais de alerta. Mudanças de comportamento, como dificuldade de localizar brinquedos ou comida, também merecem atenção.


Evite automedicação: colírios com corticoides, por exemplo, podem agravar quadros como úlceras de córnea. O uso do colar elizabetano ajuda a proteger os olhos até a consulta. A prevenção inclui visitas regulares ao veterinário, especialmente para raças predispostas. Com cuidado e acompanhamento, é possível garantir mais qualidade de vida ao pet.


A alimentação e os cuidados gerais influenciam na saúde ocular?

Renato Linhares: Sim. Uma alimentação balanceada é fundamental. O controle de peso previne doenças como o diabetes mellitus, que pode causar catarata diabética. Esse tipo de catarata exige tratamento diferenciado e controle rigoroso da glicemia. Rações comerciais específicas e alimentação natural formulada por veterinário nutricionista garantem os nutrientes necessários. É importante evitar que gatos comam ração de cães, pois isso pode causar deficiências nutricionais. Além disso, manter o pet ativo, com vacinação e vermifugação em dia, também contribui para a saúde ocular e geral.


Há mitos sobre a visão dos pets que precisam ser esclarecidos?

Renato Linhares: Sim. Um dos mitos é que cães e gatos enxergam apenas em preto e branco. Eles veem cores, mas de forma diferente dos humanos. Além disso, têm excelente visão noturna, graças à adaptação evolutiva. Outra crença equivocada é que eles "enxergam mal". A verdade é que usam a visão em conjunto com o olfato e a audição, o que lhes dá uma percepção eficaz do ambiente. Portanto, é importante desmistificar a ideia de que cães e gatos enxergam mal. Eles veem o mundo de forma diferente, mas de um jeito perfeitamente adequado às necessidades deles.


Qual é o acompanhamento ideal para garantir a saúde ocular dos pets?

Renato Linhares: A recomendação é que o pet faça a primeira avaliação oftálmica no primeiro ano de vida. A partir dessa consulta, o especialista define a frequência dos retornos: anual, semestral ou até mais frequente, dependendo da predisposição ou presença de doenças. A rapidez no diagnóstico é essencial para o sucesso do tratamento. O acompanhamento contínuo, aliado à atenção aos sinais clínicos, é a chave para garantir o bem-estar visual dos animais. Em alguns casos, as consultas podem ser anuais; em outros, semestrais ou até mais frequentes, especialmente quando há doenças já diagnosticadas ou maior propensão a problemas oculares. É sempre importante lembrar que os olhos são estruturas sensíveis, e a rapidez no diagnóstico é fundamental para o sucesso do tratamento. Com um acompanhamento regular e atenção aos sinais, é possível garantir mais qualidade de vida e bem-estar visual para os nossos amigos de quatro patas.


Quais são os avanços recentes no diagnóstico e tratamento das doenças oculares em pets?

Renato Linhares: Os avanços na oftalmologia veterinária têm melhorado significativamente a precisão diagnóstica e os tratamentos. Hoje, contamos com equipamentos portáteis específicos para pets, o que permite exames mais rápidos e confortáveis. Também houve evolução na formulação de medicamentos veterinários, que facilitam a administração e aumentam a adesão ao tratamento. Esses avanços têm elevado a qualidade dos atendimentos e contribuído para a preservação da visão e do conforto dos animais.

A saúde ocular dos nossos pets merece atenção constante e cuidadosa. O Junho Violeta é uma oportunidade valiosa para reforçar que o diagnóstico precoce, o acompanhamento especializado e os cuidados diários são fundamentais para o bem-estar dos animais. Observar sinais, realizar check-ups e consultar um médico-veterinário oftalmologista são atitudes que demonstram amor e garantem conforto e qualidade de vida aos nossos companheiros.


Renato Linhares Sampaio é médico-veterinário e mestre em cirurgia veterinária coordenador do Programa de Aprimoramento Profissional de Medicina Veterinária da Uniube (HVU)

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